Saudade Idiota

Promessas. Apenas promessas vazias. Vazias de sentimento. Vazias de paixão. Vazias de respeito por alguém que o admira. Deito em nossa cama, e me vem a memória várias lembranças suas. Seu sorriso. Seu cheiro. Seu olhar. Sua expressão única após beber meu café ruim.
Em um lugarzinho escondido de meu cerébro vem a tua imagem. A tua fala. O meu sonhar. Imaginavamos uma vida juntos... Casar, ter filhos e envelhecer. Mas tudo aconteceu tão rápido, que você partiu sem se despedir.
Depois daquela discussão, percebi que eu estava sem nenhuma razão, mas já era tarde. Vc já havia partido. Se foi como um vento forte. Levando uma história. Levando uma vida. Levando o meu eu.
Ainda não tive coragem de mudar. Mudar minha rotina. Minha casa. Meu coração.
Chego em casa e preparo o leite morno o qual gostava. Ao mesmo tempo arrumava suas bolachas preferidas no pote verde do armário. Sua camiseta jogada no sofá já era parte da decoração. As meias brancas não tinham lugar longe do chão da cozinha. O quarto não era o mesmo sem a tua alma.
Com o tempo aprendi que seu sorrisso já não me importava. Seu cheiro já não me incomodava. Seu olhar não tinha mais importância. Finalmente fiz um café que prestasse. Infelizmente ou felizmente não pode degustá-lo. Você aos poucos está se desconfigurando da minha cabeça. Já nem me lembro como é a tua voz, a tua fala. Nossos sonhos? Quais eram mesmo? Ah que pena, se perderam em meio ao tempo.
Mudei de moradia. Troquei os móveis. Mudei o meu eu. Me acostumei a ficar sem a tua presença. Mas às vezes te chamo. Te grito. Te venero. É a saudade falando mais alto...mais uma vez.