A História de Azulão e Beto.
Há pouco tempo atrás moravam em
uma mesma vila dois filhotes, um gato e um pássaro, este por nome Azulão e o outro
Beto. Beto morava em uma pequena casa com seus pais e passava a maioria de seu
tempo sempre passeando pela vizinhança, adorava também mostrar seus dons, pois
era muito bonito e criativo. Azulão por sua vez vivia preso em uma gaiola na
qual recebia comida todos os dias pela manha, ele havia se perdido de seus pais
quando o ensinavam a voar, portanto colocaram-no em uma gaiola que se
encontrava na praça da vila.
Beto todas as manhas depois que
Azulão comia seu alpiste, passava pela praça e sempre fala a ele:
--Você não tem vontade de sair dai?
Então Azulão respondia sempre
desapontado.
– Sim, mas não posso.
– Mas por que você não pode? Será que o
nenenzinho ai tem medo sem a mamãe?—e ria sempre de azulão.
Azulão nunca retrucava a ofensa por
mais chateado que estivesse. Sentia-se muito triste por não conseguir superar
seu trauma, e chorava todas as noites ao lembrar-se de seus pais. Ninguém além
de azulão sabia o quanto era dolorido não tê-los por perto. Porém azulão sempre recordava as palavras de
sua mãe que dizia para ele ser forte mesmo que nada desse certo em sua vida.
Certo dia enquanto Beto fazia suas
crueldades com Azulão passava um cachorro grande com dentes muito afiados que
ia de encontro a Beto, o pássaro o avisou:
--Corra Beto, anda de pressa corraaa.--
Com cara de espanto.
-- Eu não correrei pensa que sou
burro? Está querendo me pregar uma peça.
Desta forma Beto foi brutalmente atacado
pelo cachorro desconhecido, ficou no chão ensanguentando e pedindo por ajuda
ali mesmo embaixo da gaiola de Azulão. Em desespero Azulão gritava e chamava,
mas não obteve nenhuma resposta. Foi ai que azulão pensou:
--Preciso ser forte, preciso ir atrás
de ajuda, mas como irei se eu não sei voar?—naquele mesmo momento Azulão viu a
imagem de seus pais diante de seus olhos, uma miragem talvez, mas que o
chamavam e diziam:
--Vamos lá meu filho voe, vá
buscar ajuda para essa pobre criatura. Seja forte meu pequeno, você conseguirá.
Mesmo sem saber se conseguiria
Azulão não queria que Beto morresse e então ele tentou, e por mais incrível que
pareça ele conseguiu, voou perfeitamente entre as arvores da praça até a casa
dos pais de Beto aonde contou o que havia acontecido. Os pais de Beto então
correram para ajudar o filho, que se recuperou muito bem, após alguns dias
disseram a Azulão:
--Muito obrigada pequeno pássaro seremos
eternamente gratos pela sua ajuda, vemos que você gosta muito de nosso filho,
ele sempre nos falava que você nunca saia da gaiola por nada no mundo.
Apesar de azulão se recordar de
todas as ofensas de Beto, o sentimento de ter o ajudado e o prazer em fazer
isso cobriu o coração de Azulão de alegria. Aliás, no final de tudo Beto o
agradeceu e pediu desculpas a ele por tudo de mal que já havia o feito:
--Me desculpe meu caro amigo,
estou profundamente arrependido por todas as vezes que zombei de ti.
--Sim, eu o desculpo contanto que
aceite ser meu amigo—disse Azulão.
--Pode apostar que serei. ---disse
Beto dando-lhe um forte abraço.
Após se desculparem o pássaro contou
ao gatinho toda a sua historia terrível, o que fez Beto sentir-se pior ainda
por ter feito tamanha crueldade com Beto, mas apesar de todas as controvérsias
os dois viraram ótimos amigos, até os dias de hoje.
Morais: Nunca menospreze ninguém,
você pode precisar dele um dia. O amor ao próximo supera o supérfluo sentimento
de ódio.
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