Passeio perigoso.
Meu namorado Felipe e eu em uma
bela tarde de sábado resolvemos que no domingo pela manhã iriamos até uma
cidade vizinha de nosso pequenino distrito, em nosso velho, porém muito útil carro.
Nós queríamos ir até lá porque ficamos sabendo que havia sido inaugurado um
clube maravilhoso na cidade.
Ainda no sábado à tarde
verificamos todo o carro, verificamos pneus, agua, colocamos gasolina e fizemos
todos os reparos e preparativos que achamos necessário para a viagem,
aparentemente estava tudo correndo muito bem, até estranhei, pois estava tudo
tão correto e tranquilo como nunca havia acontecido. Todas as vezes que
resolvíamos sair sempre acontecia algum empecilho por menor que fosse. Apesar
disso estávamos todos muito alegres e ansiosos para o divertido passeio, mas
nenhum de nós conseguiu dormir bem aquela noite.
No outro dia pela manhã tomamos
café, pegamos as malas, entramos no carro e fomos em direção à bendita. No
caminho meu namorado com muita pressa de chegar estava dirigindo o carro na
velocidade máxima permitida, quando na rodovia vinha um caminhão ultrapassando
um ônibus também em alta velocidade. Na mesma hora eu que estava dormindo
acordei assustada, ao ver a aquele caminhão vindo em nossa direção soltei um
grito de desespero, eu gritava tremendo da cabeça aos pés, naquele momento eu
sabia que não iria dar tempo do caminhão ultrapassar, tanto quanto do Felipe frear
o carro. Senti-me completamente sem reação, mesmo assim disse gritando a ele:
“joga pro acostamento não vai dar tempo”, então ele o fez, porém perdeu o
controle do carro e fomos jogados em direção a uma árvore, por pouco não
capotamos o carro.
Passados alguns minutos chegou a
equipe de atendimento do SAMU e alguns policiais também, que nos levaram para o
hospital, já que o Felipe sentia muita dor nas pernas e costas e eu estava com
todo o corpo dolorido e principalmente meu abdômen. Já no hospital fizemos
todos os exames necessários, o Felipe havia quebrado a perna e rapidamente foi
diagnosticado e permanecia bem enquanto eu estava sendo atendida. Eu não havia
tido nenhuma fratura nem ferimento grave, contudo o medico falou que eu estava
gravida--“Como assim? eu gravida?”—e disse que por muita sorte estávamos bem,
meu pequeno anjinho, o Felipe e eu. Foi assim que descobri que estava gravida, uma
grande emoção e até hoje estando em meu quarto mês de gravidez ainda não
acredito o tamanho da sorte que tivemos.
Desde daquele dia eu venho
pensando todos os dias em quanto a nossa vida é valiosa, temos que a viver
mesmo intensamente, um dia após o outro sem deixar-nos guiar pelos medos; inclusive
em outra oportunidade fomos a essa mesma cidade e a esse mesmo clube. Entendi
que temos que valorizar cada pessoa que nos quer bem assim como todos os
familiares, afinal nunca se sabe quando o sopro da morte pode designar o fim
dos nossos dias. Fica esse acontecimento como exemplo, pois não há tristeza
grande o bastante, que a felicidade em seus dias mais bondosos não expulse.
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