domingo, 29 de maio de 2016

Conto: O Segredo Desvendado

    Parte III

  Ela já tinha feito café e tratado dos animais. Luna notou um certo cansaço nele, mas não disse nada. Também não comentou o que lhe acontecera enquanto ele a deixou lá na mata sozinha. Agiu naturalmente, falou dos aninais, do menino e assim foi fazendo as coisas enquanto Dário  tomava banho. Luna preparou o almoço e serviu.
  Ao terminar a refeição, Dário como de deitou-se em seu colo e adormeceu.
  O cansaço era tanto que dormiu de roncar, e em momento chegou a abrir a boca. E para surpresa de Luna ao observar seus dentes viu vestígios de linha vermelha, a que deduziu ser da manta que fora levada por aquele bicho na outra noite. E seu coração partiu, sentiu-se no chão ao ! ver aquela cena.
  Ela disse em pensamento:
  Como pode, meu marido, queria tanto um filho, e sem querer descobri o motivo do passeio repentino. Ele queria matar nosso filho! Ele não é normal. Aquele dia que foi viajar naquele bicho teve aqui, que a achei só os restos do Negão. Era ele! Aquele bicho era ele! Meu  Deus como pode! Queria nos matar.
  A lágrima caiu... E ao cair a lágrima no rosto dele, ele acordou.
  Fingindo não entender perguntou:
  - O que foi?
  - Ela disse:
  - Então, era  você né?
 - Eu como assim?
  - Você era aquele lobisomem, deve ser isso que chama, lobisomem que veio aqui um dia que você viajou  e agora tentou matar, meu filho a e min. Como podê?
 Ele gaguejou...gaguejou... E acabou admitindo e disse:
 - É  uma força maior do que eu. Eu não sabia que era assim. Descobri naquela viagem de cinco dias lembra? 
  Ela disse:
  Como não! No fundo eu sempre soube que era você, mas o meu amor era mais forte do que eu, não queria queria aceitar, mas agora...
  - Agora o quê? Disse ele.
  Ela respondeu:
  -  Pelo seu bem bem e do nosso filho te levarei, porque não posso fazer com vocês o que fez como nosso cachorro.
  E ao abraçar ela chorou muito, e disse ainda:
  - Porque fui pego por essa maldição se a gente era tão feliz.
  - Estarei longe, sempre longe... mas levarei comigo o fruto do nosso amor. Nunca irei te esquecer porque cada vez que olhar pro nosso filho vou relembrar os doces momentos que vivemos.
   E na manhã seguinte partiu com Luna e o filho dela, chegando lá cabisbaixo, ele disse:
  - Senhor! Vim trazer sua filha e seu neto. Espero que não me faça mal juízo. É para o bem deles. Só isso posso dizer.
  Olhou nos dois, na esposa e no filho. E a lágrima sem cerimônia rolou pela sua face. Virou lhe as costas subiu em sua charrete nem se querer para trás olhou, temendo morrer ali mesmo pela perda inesperada de seu grande amor.

4 comentários:

  1. Foi um ótimo final. Surpreendente.

    ResponderExcluir
  2. Excelente conto, com um final maravilhoso e muito triste.

    ResponderExcluir
  3. Nossa Uilma, surpreendente suas belas escritas, parabéns adorei do final deste conto.

    ResponderExcluir
  4. Nossa Uilma, surpreendente suas belas escritas, parabéns adorei do final deste conto.

    ResponderExcluir