sábado, 21 de maio de 2016

Conto: O Segredo Desvendado...

              Parte II

   A luz da lua pode notar  com um bicho estranho, cabeludo, feroz, assustador. Ficou quieta com  o coração apertadinho de medo, ritmos acelerados e tremor no corpo todo. Temeu pela vida do filho que esperava.
   Foi olhando... Por fim conseguiu sentar numa cadeira próxima dali, próxima da fresta por onde observara aquela cena horripilante.
   A agitação era tamanha que até o cachorro se aproximou da porta querendo entrar, mas Luna extasiada parece que não ouvia.
  Passando algum tempo os animais se aquetaram um pouco. E ela novamente voltou á fresta para observar o porquê a agitação havia acalmado. Foi ai que quando olhou para fora mais uma vez viu o bicho debaixo do jirau comendo a lavagem dos porcos, comia com tanta vontade que parecia estar faminto. Comeu o quanto quis e saiu.
   Felizmente não tentou entra na casa. Quando já em pleno silêncio, Luna ouviu um uivado já ao logo assim despreocupou-se.
  Já mais calma voltou para cama, e novamente adormeceu.
  Pela manhã, raiar o sol faltando algum animal. Tratou deles para os observar, mas Negão, o cachorro não apareceu. Foi quando ao andar entre as touceiras de bananeiras encontrou apenas restos mortais de seu tão adorado cachorro.
  Ao olhar aquela cena difícil de se presenciar, logo pensou que o autor seria aquele ser de quatro patas, mas que ora estava de quatro como um animal ora estava de pé como um homem.. Então desesperou-se porque Dario ainda ficaria fora por mais quatro dias.
  Passou o dia e ela temia a vinda da noite, pensado que tudo aquilo poderia se repetir. Mas não, as próximas noites foram calmas e tranquilas. Já não era sexta feira treze. Tudo voltou a normalidade.
  Mais ao fim da saudades de  semana seguinte Dário regressou. Estava já com saudades de sua amada, porém, com um olhar distante e um tanto misterioso.
  Luna percebeu, mas ficou quieta. Não quis comentar sobre o ocorrido. Apenas disse que o cachorro deles havia sumido.
  Passados dois meses Luna deu a luz à um menino muito saudável e gracioso. E a vida deles seguiu só que agora com uma felicidade á o mais: O filho tão desejado por Dário. Deus os havia presenteado. Deram-lhe o nome de Dário José.
  A criança foi crescendo, ficou sabida e esperto. Já servia de companhia pra Luna quando DáTrio fazia suas viagens.
  Luna num fim de tarde recebeu um convite do esposo para irem até o vizinho  , que era do outro lado do córrego à cerca de nove quilômetros. Disse que iriam à pé porque não havia ponte sobre aquele córrego. Propôs que ajudaria carregar Dário José se concordasse em ir. Argumentou dizendo ter negócios pra tratar com o vizinho e que gostaria de apresentar o filho deles ao vizinho.
  Se esquecendo do dia do ano em que estavam, mesmo depois de pensar acoito, decidiu acompanhá-lo.
  Já era meio tarde. Ela achou estranho não querer ir mais cedo, mas não temeu nada. Pegou duas lanternas e foi com ele.
  Andados uns dois quilômetros, Dário parou e falou:
  - Amor, acho que aquele arroz doce não me fez bem. Estava muito doce parece. Fica aí que já volto. É rapidinho. Qualquer barulho estranho sobe uma árvore viu/
  Ela disse:
  -Tudo bem. Então vá logo! Tá ficando tarde e ainda temos que voltar.
   Dário foi. E Luna se agarrou ao menino como forma de disfarçar o medo. Até então essa parte do caminho era escuro e ventava frio naquele momento. Não demorou muito e voltou. Abraçou a esposa e o filho e continuou.
  Enfim chegaram já era por volta de nove horas da noite. Mas o vizinho não havia avisado que um parente seu morrera e precisaria sair.
  Então diante disto tiveram que voltar. Nem descansaram. Luna estava exausta, mas teve que volta.
  Andaram... Andaram... até que tinham feito três quartos do total do trajeto, quando Dário disse novamente:
  -Amor, põe menos açúcar no próximo arroz doce senão você me mata, e sorriu. Fique aí, que vou ali, e já volto.
   Mas desta vez não orientou-a sobre perigos na mata. Ficou com mais medo do que da outra vez, porque já se aproximava da meia noite.
   A lua estava bem clara. A lanterna ela usava só pela escuridão da mata que era densa e com muitos galhos baixos, pensou que poderia tropeçar.
  O tempo passou e de repente ouviu ao longe um uivado, achou semelhante ao que ouvia naquela .noite que nunca conseguiu esquecer, e que não havia ainda, comentado com ninguém. Agarrou-se fortemente  ao filho. E a medida que o som se aproximava ela com mais pavor e pânico ficava. Seus batimentos cardíacos aceleraram e suas pernas ficaram trêmulas. E pensou;
   - Meu Deus! Como irei subir sem uma árvores se não consigo nem se quer dar um passo?
   Temeu na verdade, a vida de seu filho. Mas uma forca tomou conta de Luna. E quando viu estava juntamente  seu filho bem no alto de uma árvore.
   O barulho foi se aproximando... aproximando... E quando notou com a luz da lua por entre as clareiras das árvores percebeu ser parecido com o bicho que lhe aterrorizara, aquele cheiro.
   Ficou quietinha. Por sorte o menino estava dormindo num sono profundo.
   O bicho parecia procurar alguém, rodeava... ia, voltava... Ela lá. Assustada e sem ter como ir para casa. Ele fingiu ter ido embora, ela na apreensão do momento nem percebeu, já que seu olfato já estava comprometido por aquele horrível cheiro, e o silêncio na mata existia naquele momento.
  Ela pensou:
  - Já está bem perto, precisa ir embora, mas o  Dário não volta. Quando der eu vou, e depois ele vai. Não posso mais ficar aqui, aquela coisa pode voltar.
  Mas, o bicho estava na espreita, esperando ela tentar descer.
  Ela inocentemente começou com sutileza tentar descer. Foi quando de repente;
  O bicho partiu com tudo na direção dela e da criança. Ela gritou.
  Mas não tive tempo de subir novamente. Ele rosmava, ora uivava. E pulava tentando pegá-lo nos galhos mais baixos da árvore.
  Ela gritava, chorava e o filho nessa tensão chorava muito também. Em um momento ele impulsionou o corpo e pulou bem alto para catar a criança, mas ela estratégicamente enrolou numa manta de lã vermelha, a capanga cheia de coisas do menino. E pensou:
  - Se ele pegar a manta vai achar que o menino está lá dentro. E vai embora de certo. E assim fez.
  Ao pular ferozmente na direção deles, conseguiu segurar num pedaço da manta. E quando pensou que irá o menino se afastou e foi embora rapidamente.
  Passando todo aquele tormento, a mata ficou em um silêncio total. Desceu da árvore e finalmente pôde retornar para casa.
  Ao chegar, colocou o menino pra dormir esperando ansiosamente pelo marido. Só que ele não apareceu, e ela temia que algo pudesse acontecer com ele naquele mata.
  Na manhã seguinte ele chegou. 

Um comentário:

  1. ótima narração Uilma,descrição de detalhes ajudam a deixar o seu texto interessante, e nos fazem imaginar a melhor cena.

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